Era uma vez um tempo em que não havia guindastes ou macacos hidráulicos; ainda assim, nesse tempo, blocos de pedra até 80 toneladas foram arrastados por mais de 800 quilômetros – por pessoas comuns, é claro. “Se o peso é dividido, fica fácil” – está certo, exceto que foram dois milhões de blocos! Muitos braços fizeram o trabalho terminar, de fato: vinte anos depois de começar! Que tarefa impossível foi essa? Erguer a pirâmide de Quéops – imagine sua liderança!
Liderança: além de braços e décadas, essa foi a chave para concluir a empreitada. É comum as pessoas ficarem chocadas com a dimensão sobre-humana dos monumentos do passado – o Stonehenge, as catedrais góticas… Porém, quase ninguém pensa na dificuldade em tornar essa dimensão humana: liderar as pessoas.
Desde a Antiguidade a liderança permite às pessoas concretizar o impossível; ela é responsável, também, em levá-las a tirar justamente do humano a sua humanidade – assim foram trilhados os mais sombrios caminhos da história.
Saber liderar não é nem dom, nem magia: para cada situação, uma forma de guiar as pessoas é apresentada. E para todo grupo são necessários líderes: da construção das pirâmides ao crowdfunding!
Você quer mais empatia, mobilização, produtividade e objetividade na vida profissional e pessoal? Leia o post e entenda como a liderança pode trazer isso – e como pode ser você a liderar!
É muito comum confundir essas duas coisas; afinal de contas, a maior parte do tempo estamos sob uma supervisão que cobra resultados e espreita por falhas. Ou ainda, deparamos com “superiores” que, como sugere o nome, aproveitam da posição para se apoiar e subir nos ombros dos “inferiores” – às vezes, até sem porque para estar “acima”, motivo quase certo para suspeitas, censuras ou desincentivos.
Isso tudo acima é bem característico da chefia – do pior tipo, a mais retrógrada. Não à toa, “odeio meu chefe” é um clichê do mundo do trabalho. O chefe costuma tratar seus colaboradores como servos, não se interessa por eles e, sim, pelo resultado – se pudesse, nem lidaria com as pessoas. Vez ou outra passa a impressão de estar numa corda bamba, tamanho o estresse e a pressão que faz.
O líder é o oposto do chefe: o interesse está nas pessoas em primeiro lugar. O resultado é sempre uma peça para os objetivos do grupo – ele é posto à discussão, tratado mais como feedback do que como prova de sucesso ou falha. A liderança instiga as pessoas a agir usando o melhor de si – por isso, o líder está ao lado dos colaboradores; se ele não escolhe o melhor caminho para o grupo, ele cai junto!
Por isso, pense o trabalho em equipe como um projeto de financiamento coletivo: cada pessoa pode contribuir com um tipo de apoio. O mais inteligente é convencer as pessoas a apoiar de maneira a se favorecerem – e não tentar convencê-las a se prejudicar para o benefício do projeto.
Para tanto, dividir com a equipe os objetivos e dificuldades é o primeiro passo – e o primordial; isso para, em seguida, compartilhar o processo de decisão: se cada parceiro pode compartilhar uma competência, você deve permitir que eles decidam como usá-la. Esse é um dos traços da liderança democrática.
Você deve ter percebido a principal diferença entre chefes e líderes. O relacionamento com a equipe é o que muda tudo. Nem sempre esse relacionamento é bom: mesmo as lideranças podem nutrir maus sentimentos nas parcerias – e considerar que não precisa deles para chegar aos objetivos.
Isso porque existem vários tipos de líderes. Os estereótipos de chefes que citamos caem, particularmente, em um tipo de liderança: a coercitiva ou autocrática.
Como o nome sugere, a liderança coercitiva-autocrática é baseada em agressividade (coerção) e centralização das decisões (autocracia). Essa liderança não ouve seus parceiros – ao contrário, faz escolhas por conta própria e as impõe aos outros com base em intimidações.
A alternativa a isso é a liderança democrática: também seguindo seu nome, ela é voltada às pessoas. Elas participam no processo de tomada de decisões, que assim passa a ter as suas características. Sua equipe dará a cara do projeto, não só integrando-o, mas também apropriando-se dele: ela se engajará. Levando esse modelo à frente, esse processo lhe renderá a confiança da equipe, que atingirá seu melhor potencial – sem precisar de intimidação, culpa ou remorso.
Agora que você já entende as diferenças entre liderar e chefiar, que tal conferir umas dicas para levar essa mudança para sua vida? Confira aí!
Pode parecer óbvio isso – todo líder (chefe, supervisor…) deseja proatividade mais que tudo; entretanto, proatividade e empreendedorismo podem se distanciar muito! Incentivar que a equipe seja empreendedora é permitir – e acreditar – que ela pode transformar o projeto.
Por isso dividir os objetivos – mais que isso, receber os objetivos da equipe. Essa é uma chave para a dica a seguir.
A equipe se motivará mais sentindo que está correndo atrás dos próprios objetivos; por isso, encare os objetivos do projeto como a soma dos objetivos das pessoas. Pode parecer que isso é distorcer o projeto, mas, na verdade, é a consequência de incluir todos no pensamento dos objetivos.
Com isso você garante que, além de gerar motivação, o projeto também gere crescimento entre seus parceiros. E esse é o maior feito de líderes de verdade!
É muito comum que os líderes autocráticos-coercitivos só consigam ver ocupação; isto é, sua maior preocupação que todos estejam ocupados, trabalhando 100% do tempo, sem pausar ou “morcegar”. Isso é um hábito verdadeiramente de outro século.
Mais importante que trabalho é a produtividade. A melhor maneira de alcançá-la é observar as pessoas, suas competências, talentos e gostos; se você conseguir unir todos ao delegar uma função, tenha certeza que formou um ambiente produtivo – em lugar do enfadonho!
Okay, você sabe que é melhor não ignorar como seus parceiros estão, suas características e opiniões. Mas isso não quer dizer que deve trocar o projeto por eles! Por isso, procure manter a objetividade no processo: tente manter a imparcialidade nos debates, incentive a diversidade de opiniões e sempre mantenha um olho nos objetivos.
Também não se esqueça de manter claro o porquê do trabalho das pessoas; qual objetivo ela ajudou ou ajudará a atingir com seu esforço, devidamente elogiado em público (ou avaliado, mas, nesses casos, em particular!).
Liderar democraticamente não implica em ser um líder liberal; esse é o tipo de líder que abre mão da tomada de decisão, passando-a para o grupo. Isso nem sempre dá a sensação de liberdade – muitas vezes mais parece falta de rumo.
Por isso instigue a discussão e a opinião divergente – mas sempre retorne e as leve para o debate dos objetivos!
A democracia deve estar presente em todos os ambientes: do seu projeto de vida até o nosso projeto de nação. Se na política muitas vezes a democracia parece ser ilusória, não deixe essa ilusão lhe frustrar – nem lá, nem aqui!
Você pode liderar tanto a sua vida, como as mudanças na sociedade – e o financiamento coletivo é, como a política, um trabalho de formiga que gera cultura – isto é, a transformação!
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