Está com uma ideia presa na cabeça? Não sabe como tirá-la do papel? Ou por onde começar? Um problema paralisou a produção cultural? – Às vezes parece que realizar um projeto cultural é uma dificuldade atrás da outra.
Mas, calma! Isso tudo é por causa da perspectiva. E o que melhor que ver seus desafios pelos olhos de outras pessoas? Para isso, trouxemos os melhores “olheiros” para te ajudar: gestores culturais!
Gestores culturais trabalham com todas as dimensões de um projeto cultural. Sua ação passa por concepção, financiamento coletivo, até a execução e avaliação do que foi realizado. Eles estão acostumados a lidar com problemas de todas essas fases.
Escolhemos entrevistas com gestores celebrados e separamos seis dicas para resolver seus problemas. Veja eles contando nas entrevistas a seguir!
Ruy Cezar é fundador da Casa Via Magia, que há mais de 30 anos desenvolve projetos educativos e culturais em Salvador. Entre vários conselhos, Ruy chama a atenção para a comunicação dos projetos. Grande parte da comunicação dos seus projetos é feita via “cultura do tambor”, isto é, boca a boca.
Não que ele exclua outros meios de comunicação. O boca a boca atua como um chamariz para a mídia. Ainda mais para os formadores de opinião, como críticos e colunistas, a quem ele atribui grande importância. Assim, sua comunicação é uma ação em rede, envolvendo mais gente.
Ruy conta que certa vez um patrocinador sugeriu uma equipe mais profissionalizada. Ao invés de ver falta de formação na equipe, Ruy deu ainda mais importância àqueles mais “informais”. Assim, o que ele via era criatividade, improviso e inovação.
Se você não conta com profissionalismo ou expertise ao seu lado, procure ver o que há no lugar disso: envolvimento, dedicação, mobilização e a própria formação da equipe com seu projeto.
G.O.G. é como Genivaldo Oliveira Gonçalves é conhecido. O rapper brasiliense aponta no seu pseudônimo uma das primeiras lições do hip-hop. Enquanto procurava um substituto para “Genivaldo”, ele não percebia que já tinha o melhor apelido no próprio nome.
Sua iniciação musical foi algo parecido. Como jovem negro de periferia, ele diz, as chances de conseguir se musicalizar através de instrumentos é muito pequena. O custo de todos os equipamentos de uma banda era inimaginável.
Conhecendo o hip-hop, ele descobriu que poderia criar suas músicas. Bastava ele cantar as letras que escrevia, enquanto as batidas instrumentais vinham dos discos de vinil de sua casa. O hip-hop popularizou a musicalização, sendo a origem de vários artistas, como o Sabotage (homenageado no Vai Tomando).
Pensamos em rap, e quais assuntos imaginamos? Desigualdade social, violência policial, corrupção na política… faz sentido, afinal de contas o rap tem origens nas comunidades oprimidas dos EUA.
Mas GOG fala que não é só isso que o rap tem a oferecer. Ele aconselha a evitar limitar nossas criações, mesmo porque assim também limitamos nosso público: “o Brasil não é só do gueto, o Brasil é complexo, e todas as pessoas tem o direito de curtir o hip-hop”.
Regina Barbosa é escritora e fundadora da ONG Ideário. Alagoense, ela chama a atenção para como seu estado carrega estereótipos negativos em relação ao Brasil: altos índices de analfabetismo e mortalidade infantil, por exemplo.
A vontade de mudar esse cenário foi o motor dos seus projetos. Seu projeto Acenda uma Vela é um exemplo disso: trabalhando com a população ribeirinha, eles projetam filmes para pessoas que nunca haviam ido ao cinema. E de quebra se tornaram referência para o audiovisual do estado.
A mobilização do público é outro belo exemplo que o Acenda uma Vela dá. Elegendo a população sem acesso ao audiovisual como prioritária, eles não podiam contar com o financiamento via público.
Mas eles criaram alternativas: adaptaram o financiamento coletivo às pessoas – sendo ribeirinhos, eles emprestaram as velas dos barcos para projeção dos filmes. Fizeram o “melhor cinema do Brasil”, eles dizem.
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