Para uns, uma questão de preferência; para outros, de ideologia – e muitos dirão que é pura falta de opção; o fato é que ser artista independente é algo que está mais em voga que nunca. Afinal de contas, os meios para facilitar a produção independente são cada vez mais numerosos.
Atualmente, já é possível publicar os próprios livros, executar o próprio filme e mesmo realizar festivais e produções maiores. E, muitas vezes, até mesmo sem sair de casa. A tecnologia facilitou em muito os processos para viabilizar a produção independente – principalmente a captação de recursos.
Neste post veremos algumas formas que artistas independentes têm utilizado para executar seus projetos; das redes sociais até as leis de incentivo à cultura, a palavra de ordem é a mesma: tirar as ideias do papel!
Confira no post as razões para ficar de olho nas leis e botar seus projetos no mundo.
Com o aumento de tecnologias para comunicação, divulgação e captação, a vida dos artistas independentes tem se tornado mais simples. Antigamente, problemas como a falta de contato com o público e ausência de formas de financiamento eram fortes entraves; hoje já se percebe a contínua superação desses problemas.
A verdade é que já a muito tempo há artistas independentes que produzem e executam suas ideias, muitas vezes em ações que beneficiam toda a comunidade. Podemos retornar até as décadas de 70 e 80, quando o movimento Do It Yourself (“Faça Você Mesmo”) passou a ser difundido pelo punk e pela contracultura.
Alguns pesquisadores apostam até em datas mais antigas: já na década de 60 começaram a surgir críticas à industrialização da vida, limitando as produções às grandes empresas – seja de produtos de consumo, seja de moda, seja de cultura e entretenimento. A resposta a isso não podia ser outra: começar agora mesmo a produzir, de forma autônoma e independente, o que se quisesse – isso se viu no maio de 68 da França.
Hoje em dia, mais que um meio de expressão e manifesto, a produção independente é uma realidade própria, com seus próprios autores, influenciadores, público e mercado. E sendo assim, há várias formas de participar dele – confira abaixo algumas delas!
Ellen Lupton é uma aclamada pesquisadora e designer nascida nos Estados Unidos; no seu livro A produção de um livro independente (Edições Rosari, 2011), ela apresenta dois conceitos contrários: as mídias de massa versus a “cauda longa”. As primeiras são as megaproduções, vindas de grandes empresas e muito divulgadas; a segunda, é a infinidade de pequenas produções, quase desconhecidas.
Como exemplo, ela aponta a saga Harry Potter como uma mídia de massa – com várias traduções, milhões de impressões e várias adaptações; já a “cauda longa” seria a variedade de tipos de publicação numa feira independente – alguns de autores completamente inéditos, às vezes com menos de uma dezena de impressões.
“A cauda longa é composta por blogues, músicas e vídeos independentes, zines, livros e romances de tiragens baixas, e inúmeras outras iniciativas de pequena escala, orientadas para nichos”, ela explica. E ela aposta que a cauda longa cresça cada vez mais em comparação às mídias de massa, alimentada pela democratização de ferramentas de produção e pelo aparecimento de formas de divulgação baseados na Web.
As produções independentes são fortemente ligadas à comunidade interessada no tema, área ou linguagem – o que Lupton chama de nicho. Podemos considerar, inclusive, que muitas vezes a produção independente surge quase diretamente do seu público – como de fãs, grupos específicos, comunidades de discussão, minorias políticas, entre outros.
O financiamento coletivo é uma ótima forma de viabilizar projetos independentes devido a essa característica. Dois fatores fazem com que artistas independentes tenham boas chances de sucesso no crowdfunding: primeiro, a mobilização prévia do grupo – mais que uma empreitada por lucro, os projetos independentes surgem por necessidades reais.
Segundo, pela capilaridade da captação de recursos: no financiamento coletivo, você consegue que cada pessoa do seu público ajude como e com quanto puder – diferente das grandes empresas patrocinadores, que em geral “controlam” o patrocínio.
É aqui que entra a Lei Rouanet – a lei de Incentivo à Cultura que aceita abatimento de imposto de renda via financiamento coletivo. Quer entender melhor? Leia mais abaixo!
Na Evoé, é possível articular a Lei Federal de Incentivo à Cultura – a Lei Rouanet – com o financiamento coletivo. Isso é feito passo a passo: primeiro, o projeto é aprovado na Lei, auxiliado com a consultoria da Evoé e dos nossos parceiros.
Depois, com o valor aprovado, a campanha de crowdfunding começa – e as pessoas podem resgatar parte do que doam, abatendo esse valor do seu Imposto de Renda. Isso já ajudou a concretizar um filme independente na Evoé: o Documentário Nonô, que passou na Lei e recebeu boa parte dos seus apoios via Imposto de Renda.
Com essas possibilidades, mesmo projetos que tem um apelo mais político conseguem financiamento. Um exemplo disso é o Geração Borgeana, que trata da resistência artística à ditadura militar pelos estudantes universitários em Belo Horizonte.
Os projetos de artistas independentes têm grande impacto na cultura, em geral favorecendo toda a comunidade – algo que é percebido pelo público. Projetos como o Vai Tomando, um festival de artes com campanha na Evoé, acessam um vasto público pela sua articulação com vários artistas.
Executar um projeto independentemente é possível e qualquer um pode realizar esse sonho! Se você tem uma ideia, aproveite para tirá-la do papel! Venha bater um papo na Evoé e leve o faça você mesmo para sua vida!
Já conhece a Evoé? Entre aqui e saiba mais sobre financiamento coletivo.