Para falar um pouco sobre arte, nada melhor do que artistas que vivem de seus processos criativos e constantemente querem desenvolvê-los. Dessa vez, convidamos a artista plástica Efe Godoy para nos contar mais sobre sua história e sua arte.
Efe Godoy é uma artista mineira e transgenere que vive e trabalha em Belo Horizonte, MG, Brasil.
As propostas artísticas de Efe transitam entre a pintura, música, performance e desenho, a sua arte mais instintiva e que teve início ainda em sua infância. Em suas obras vemos frequentemente animais e plantas em forte simbiose com o humano, e com os aspectos ordinários da vida cotidiana, da memória e do passar do tempo.
As criações artísticas de Efe
Atualmente, a Efe é representada pela galeria de arte Celma Albuquerque em Belo Horizonte, onde suas obras são expostas e apresentadas!
Além de artista e produtora, Efe também é criadora de conteúdo digital. Em seu Instagram e canal do Youtube a artista cria trabalhos diversos entre desenhos, vídeos e criações híbridas e cheias de si.
Quer conferir nosso bate papo com a Efe em forma de vídeo? Vem aqui dar uma espiadinha..
As vivências de Efe Godoy e sua arte!
Convidamos a artista para bater um papo com a Evoé sobre sua vida e como seus processos pessoais estão ligados com seus processo criativos, além de outras inúmeras curiosidades e dicas para artistas.
Vamos conferir?
Evoé: Então Efe, se apresenta! Conta um pouco sobre você, o trabalho que você desenvolve, história de vida e o que achar interessante mencionar.
Efe Godoy: Ei ei, aqui quem fala é a Efe! Bom, para quem não me conhece, eu sou artista visual, (míope rs), e eu trabalho com artes visuais faz quase 10 anos, ou mais, não sei agora. Mas eu vim para BH para estudar arte na escola Guignard e acabei ficando por aqui, eu sou natural da cidade de Sete Lagoas e como lá não existia muitas faculdade de artes, eu me desloquei para cá e comecei a trabalhar com o artista. Eu sempre pensei que trabalhar como artista seria só desenhar e, o desenho ele é um carro chefe do meu trabalho, eu gosto muito do desenho, mas eu não trabalho só com desenho, eu trabalho também com as ações, as performances, dentro do virtual, onde eu tenho feito algumas ações que é mostrar processos criativos, mostrar um pouco de como um trabalho é feito, e me interessa muito sabe, ter essa troca de processos de criação.
Evoé: Conta como é o seu processo criativo e como você mescla sua experiência de vida com ele!
Efe Godoy: Bom, o meu processo criativo ele se dá de muitas formas, desde anotar os sonhos, que eu acho que é um hábito gostoso, e além de anotar a escrita, né, ela é um desenho também. Então eu acabo começando a desenhar também, e algo que eu faço diariamente é desenhar, desenhar todos os dias, eu sinto que o desenho ele é uma prática meditativa e que ele pode fazer com que a gente fique atenta a tudo que está acontecendo, porque tudo é desenho!
Referências e Inspirações!
Evoé: Quais as referências de artistas e criadores de conteúdos que te inspiram?
Efe Godoy: Criadores de conteúdo que tem me afetado nessa quarentena.. a @vivieuvi ela tem sempre postado muito conteúdo da arte contemporânea e atualidade, inclusive artes digitais, que eu acho que a tecnologia é uma coisa que tá em alta e a gente precisa ficar atenta. Então, ela é uma influencer que eu gosto de acompanhar. Outra pessoa que eu tô acompanhando aqui no Instagram é o @walmorcorrea que é um artista e que trabalha como umas aquarelas muito perfeitas de hibridismo também, então fica a dica, o Walmor.
Evoé: Para você, qual o peso de hoje alcançar tantas pessoas através de seus trabalhos e o que isso significa para você?
Efe Godoy: Nossa, isso de alcançar pessoas através do nosso trabalho nas plataformas.. eu acho que é ao mesmo tempo bom porque vai chegando na casa de cada um né, eu vou chegando aí agora na sua casa com esse vídeo, mas ao mesmo tempo deixa a gente um pouco alienada, porque essa coisa de ter muitos seguidores é uma loucura. Às vezes eu não consigo responder todas as pessoas e nem são tantas e, eu sinto que há uma cobrança muito louca, tipo “ai você não me respondeu”, “ai você não compartilhou aquilo”, então acaba que vira um trabalho né, é um trabalho, e eu não sei se eu queria que fosse um trabalho. É isso
A arte na pandemia e outras vivências.
Evoé: Como é pra você criar e ser criativa no meio da pandemia?
Efe Godoy: Tem dia que não quero fazer nada, tem dia que eu quero ficar só deitada e tá tudo bem, porque olha isso que a gente tá passando, olha isso que a gente tá vivendo, nunca vivemos isso no mundo. Às vezes eu acordo um pouco louca, querendo não estar na vida que eu tenho e olha que minha vida é boa, sabe? Eu sempre olho para mim mesmo e digo assim: “ei, calma, sua vida é boa, fica tranquila e segue o dia” e se a gente não tem energia para fazer nada, é tentar fazer algo que alimente esse nada, né? Tipo alimente esse buraquinho que tá ali e preencha ele de forma leve, como assistir um filme, ouvir uma música, dançar um pouco sozinha e fazer com que isso nutra uma criatividade que tá ali adormecida. Não cobrando também que a gente vá ser criativo depois de ter feito isso, mas eu acho que pode ser uma chavinha, né. É isso que eu faço quando eu não tô muito para criar, eu tento fazer coisas que vão alimentar minha alma, alimentar meu dia de forma leve, mas tem dia que não funciona não tem dia que eu só fico deitada mesmo e tá tranquilo também porque é isso.. é o que tem para fluir.
Evoé: Você já teve uma banda certo? Como foi isso? Conta pra gente!
Efe Godoy: Sim, eu já tive uma banda era a “Absinto Muito” e eu cumpria a função de vocalista/performer. Eu sinto que isso trouxe muita criatividade para o meu jogo de corpo e para uma visão de que existe quem tá sendo atração e quem tá sendo público. Essa noção de existência no mundo me faz ser artista hoje e, muitas vezes eu quero ser artista público também, que é uma conjunção perfeita de existência também. A banda já se acabou, durou cinco anos e foi uma experiência incrível, a gente viajou para vários lugares, a gente teve a experiência de palco também, né. E hoje @dedesantaklaus tem sua carreira solo, era o baterista, @palaselekta também tá com carreira solo, ele que cumpria uma função de exisistência perfeita na banda também e, eu me sinto feliz de ter feito parte dessa história, dessa história fazer parte da minha vida, ter uma banda é ter um relacionamento e esse relacionamento acabou, porém ainda somos amigas. AMIGAS Y RIVALES.
Um recado para quem está criando nessa pandemia!
Evoé: Se você pudesse passar algum recado para todos artistas e criadores agora nesse momento de pandemia.. qual seria?
Efe Godoy: Então vamos lá, um recadinho para você nessa pandemia, artista, criadore, e também, né, produtore, porque eu acho que somos produtoras também ao mesmo tempo, né. Ao mesmo tempo que criamos, produzimos meios para que essa produção chegue em lugares que a gente quer que chegue. Eu acho que é tentar não surtar, né? Vamos tentar não surtar? E também, se a gente quiser.. surte, que o surto coletivo talvez ele dê uma grande performance e isso seja algo rentável. Eu acho que a gente tem que estar atenta aos editais, as oportunidades que a gente pode estar criando e enviando nossos projetos e nossas vontades de existir agora, nessa pandemia, por meios virtuais. Então eu acho muito importante a existência dessas plataformas que difundem os editais, bem como as que capitam e fazem com que tudo aconteça. É isso, fiquemos atentas e, que a gente se ajude também, né, porque eu acho que há muita competitividade e acho que não deveria ter. É isso, um beijo para todes, até breve!
E aí, você já conhecia a Efe Godoy? Conta pra gente (e pra ela) o que você achou desse trabalho lindo e do nosso bate papo!
Por fim, para conferir de perto os conteúdos incríveis aqui da Evoé, fica de olho no nosso novo Instagram! @evoe.cc
Publicado por Mariana Almeida
Graduanda em Letras pela UFMG, sempre gostou de linguagens e edição textual. Mariana além de apaixonada por literatura e arte, também ama estudar outras culturas e línguas. Na @evoe.cc Mariana é responsável pela Comunicação e Marketing
@thisblueneighbour