Ciência e cultura têm muito em comum. Essa é uma afirmação óbvia para alguns, polêmica para outros. Afinal de contas, vivemos em uma sociedade onde, cada vez mais, a ciência e a cultura se misturam.
Mas não somente em seus conteúdos ou produções podemos ver afinidades entre ambas. Também seus valores e contribuições para a sociedade se encontram: compartilhamento de informação, resolução de problemas, inovação e muito mais.
Se esses motivos já ajudam vários projetos culturais a serem bem-sucedidos, os projetos científicos só têm a ganhar participando dessa plataforma. E, de fato, vários projetos científicos que se aventuraram no crowdfunding são bem sucedidos.
Este estudo mostra que mais de 70% dos projetos científicos em uma plataforma dos EUA conseguiram ser bem sucedidos. E a tendência é de crescimento, acompanhando a divulgação dessa forma alternativa de financiamento.
Em geral, as características de um financiamento coletivo para projetos científicos e projetos culturais são as mesmas. De certa forma, os requisitos de um projeto científico tradicional são trocadas pelos compromissos do crowdfunding.
Por exemplo: normalmente, os projetos científicos são avaliados por pesquisadores estabelecidos na área para aprovação. Por isso excelência e justificativa são analisados. Já no crowdfunding, o público em geral não conhece o assunto a fundo.
Logo, para que o projeto seja bem sucedido, é necessário estabelecer uma comunicação forte com o público. Explicar bem o tema, argumentar claramente sobre a necessidade da pesquisa e envolver as pessoas no cotidiano do projeto é vital.
Muitas vezes as recompensas, que podem ser o diferencial de projetos culturais, se torna um mero detalhe nos projetos científicos. Isso porque, em geral, nesses projetos o “produto” é a contribuição e o compartilhamento de conhecimento à sociedade.
Isso não impede, é claro, que recompensas originais e irresistíveis sejam pensadas. Um dos primeiros projetos científicos bem sucedidos no Brasil, do sequenciamento de genoma do mexilhão-dourado, oferecia nomear um genoma do molusco.
Quando o projeto consegue realmente inserir o público na discussão de um tema, o envolvimento desse é certeiro. Com isso, mesmo que seja difícil criar recompensas complexas ou exóticas, já há muita chance de sucesso. Envolvimento é tudo.
Uma das preocupações que algumas pessoas têm é com a criteriosidade científica. Afinal de contas, o financiamento coletivo não demanda a avaliação por pares do financiamento tradicional – aquela avaliação por peritos na área..
Ainda que o projeto não passe pelos mesmos procedimentos do financiamento tradicional, vale lembrar que ele já vem de algum lugar. Isto é, se alguém tirar o projeto do bolso, isso será visível, tanto para o público, como para a plataforma.
No final das contas, realizar projetos científicos via financiamento coletivo é uma mão na roda para todo mundo. É algo bom para os realizadores, que além de realizarem sua pesquisa, podem ampliar seu público; e para esse também, que recebe acesso.
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