No dia internacional da mulher, o machismo é a estrela das manchetes. O assunto é inesgotável e imprescindível.
O machismo, em geral, está associado a questões sensacionalistas, de violência masculina contra a mulher, mas nest post chamamos a atenção dos leitores, para um aspecto mais sutil, que em geral não comparece nas manchetes e é ignorado pela esmagadora maioria dos homens, mas é muito presente no cotidiano das mulheres, o que muitas vezes impede que elas sejam empreendedoras ou tenham sucesso na vida.
Podemos resumir esse machismo quase invisível, a quatro categorias. São comportamentos que a princípio podem parecer inofensivos, coisinhas bobas, que passam despercebidas mas, no fundo, afetam profunda e recorrentemente mulheres de todos os lugares e idades. São elas: manterrupting, bropriating, mansplaining e gaslighting.
Manterrupting é a junção de man (homem) e interrupting (e interrupção). Em tradução livre significa “homens que interrompem”. Tal comportamento é comum em reuniões, palestras e conferências, e foi uma estratégia muito utilizada por Donald Trump em debates contra Hilary Clinton. A mulher não consegue concluir sua frase ou ideia porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor, afetando diretamente sua carreira profissional. Foi criado até um aplicativo que mede quantas vezes um homem interrompe uma mulher.
O termo é uma junção de bro (curto para brother, irmão, mano) e appropriating (apropriação) se refere a quando um homem se apropria da ideia de uma mulher e ainda leva o crédito por isso. A ideia de uma mulher muitas vezes não recebe a devida credibilidade. Mas quando falada pela boca de homem, a ideia é exaltada e aplaudida, sendo a mesma coisa dita pela mulher.
Em seu livro Faça Acontecer, Sheryl Sandberg, Diretora de Operações do Facebook, convida as mulheres a se sentarem à mesa. Um convite para que sejamos conscientes, confiantes e donas dos nossos lugares. Sandberg mostra como somos criadas delicadas e gentis mas nunca como pessoas enfáticas ou assertivas. E quando nos impomos somos julgadas como masculinizadas. Não há dúvidas de que isso atrapalha nossa vida profissional.
O bropriating ajuda a explicar porque existem tão poucas mulheres nas lideranças das empresas. Além das desvantagens mercadológicas e o preconceito de gênero, ainda servimos de plataforma para o crescimento de colegas homens, pelo simples fato de sermos menos ouvidas e levadas a sério. Garotas do mundo todo, sejamos as donas das nossas ideias!
O termo é uma junção de man (homem) e explaining (explicar). Ocorre quando um homem faz questão de explicar o óbvio, de maneira didática, como se a mulher fosse incapaz de entender. Vemos muito isso em programas de futebol quando a convidada é uma mulher. Os comentaristas assumem que a mulher não domina o assunto e a tratam como uma criança tentando explicar o que é 2+2.
Mas o mansplaining também pode servir para um cara explicar como você, mulher, está errada a respeito de algo sobre o qual você de fato está certa. No intuito de demonstrar conhecimento superior, o mansplaining tenta trazer fatos e teorias para contradizer e provar o ponto da mulher como errado. Acontece muito em conversa sobre feminismo! No MasterChef Profissionais brasileiro, a vencedora Dayse Paparoto foi diversas vezes agredida como se o fato dela ser mulher impedisse que ela ser uma boa chef de cozinha.
Tal comportamento desmerece completamente o conhecimento da mulher. É tratá-la como inferior e menos capaz intelectualmente. Uma forma de tirar a confiança de nossas ideias.
Mansplaining: quando um homem explica algo para uma mulher de maneira paternalista, porque assume que sabe mais do que ela sobre o assunto, ou interrompe a sua fala.(via ATTN)
Posted by Empodere Duas Mulheres on Wednesday, May 11, 2016
Gaslighting é uma forma de violência emocional. Várias mulheres são manipuladas psicologicamente. São levadas a crer que são loucas ou incapazes. Esse comportamento é terrível. É uma maneira de nos fazer duvidar de nós mesmas. Achar que o problema é conosco. Nosso senso de realidade é totalmente distorcido. Memórias, percepção, raciocínio, sanidade, capacidade, medos, tudo isso é profundamente afetado e então duvidamos de nosso sentimentos.
Homens e mulheres são afetados por tal comportamento, porém somos vítimas culturalmente mais fáceis. Frases rotineiras, que não parecem ser tão cruéis, merecem ser pensadas duas vezes antes de serem jogadas ao vento:
O termo gaslighting surgiu por causa de um filme de mesmo nome, de 1944, em que um homem descobre que pode tomar a fortuna de sua mulher se ela for internada como doente mental. Assim, ele começa a desenvolver uma série de artimanhas – como piscar a luz de casa, por exemplo – para que ela acredite que enlouqueceu.
Uma forma de manipulação atemporal que desencadeia um total esvaziamento da autonomia. Um abuso mais comum do que pensamos, que levam milhares de mulheres a abrir mão de suas escolhas, de suas opiniões e até de cuidar da própria vida. É desempoderamento, opressão e abuso. Algo que não deve ser admitido em nenhuma situação, seja homem ou mulher.
Saber que tais comportamentos existem já é meio caminho andado para tentar enfrentar o problema. É muito importante observar com atenção. Mudar pequenos detalhes fazem uma enorme diferença.
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