A democracia é um conceito que data da Grécia antiga. Desde então, vem se transformando na medida que a sociedade se desenvolve. É impossível pensar na configuração da Democracia dos anos antigos em nosso contexto atual. Vários fatores, dentre eles, a tecnologia, foram decisivos na transformação da democracia.
Inovações tecnológicas assim como as redes sociais, tiveram um enorme impacto na esfera política ao redor do mundo. Sabemos que a tecnologia é uma mudança de grande escala para nosso mundo. Se ela é aliada ou ameaça, a discussão é infindável.
Quando pensamos em tecnologia, percebe-se um mundo virtual que veio ampliar e fortalecer a relação das pessoas com os movimentos sociais e com a política e isso é, sem dúvidas, determinante para o futuro da democracia.
Nesse sentido, é importante começar a pensar e a construir a próxima geração de ferramentas e infra-estruturas democráticas para fortalecer as novas forças políticas do século XXI. Desenvolver tais ferramentas garante que a informação circule de forma livre, fora do controle das grandes corporações e empresas.
Dessa forma, é necessário descentralizar. Estudiosos entendem a descentralização como um conceito de “inteligência coletiva”, não só no sentido em que muitas cabeças pensam melhor que apenas uma. Aliás, defendem que a informação está cada vez mais dispensa e a ação coletiva é fundamental para agregar o conhecimento.
Outro conceito bem interessante, é o chamado Ciberdemocracia (ou ainda, democracia eletrônica, democracia virtual, e-democracia), onde o cidadão, por meio da utilização de novas tecnologias pode, de alguma forma, colaborar e participar e da coisa pública.
Podemos até dizer que quem não estiver conectado a essa rede mundial, ficará fora da vida social, econômica, científica, que se desenrola em tempo real através dos caminhos da internet.
Os extraordinários avanços tecnológicos dos últimos anos vêem transformando significativamente a esfera das modernas sociedades democráticas. Estas transformações afetam não somente o modo substancial das relações sociais, mas também o funcionamento das atuais instituições e estruturas políticas.
Uma das discussões mais centrais entre estudiosos na atualidade, é compreender o verdadeiro papel das novas mídias como agente de “democratização”.
Diniz e Pinheiro (2012) destacam como os teóricos sobre a possibilidade de usar a internet como forma de mediação entre Estado e sociedade, através de uma esfera pública virtual. Dividiram-se em otimistas, pessimistas e moderados.
Os otimistas veem com grande a expectativa a possibilidade de a internet superar os limites do modelo de democracia representativa -atual conceito de democracia atual- e as limitações do espaço público facilitando o acesso dos mais diferentes grupos aos debates políticos com ampla disponibilização de informação e baixo custo.
Para os otimistas a internet oferece a possibilidade de constituir uma esfera pública virtual com: 1) possibilidade de dar voz aos segmentos marginalizados; 2) reciprocidade do discurso; 3) ampla disponibilidade de informação, maior velocidade de acesso à informação e acesso universal; 4) facilidade de comunicação entre cidadãos e políticos e dos cidadãos entre si; 5) baixo custo operacional; 6) sem limites de fronteiras geográficas; 7) comodidade, conforto e conveniência; 8) participação direta do cidadão na governança democrática (DINIZ; PINHEIRO, 2012).
Acreditam que embora a rede mundial de computadores forneça formas de comunicação bem diferentes de épocas passadas, uma melhoria nos mecanismos democráticos depende de toda uma base que sustente o seu funcionamento relacionada com uma cultura cívica e política de participação social (SAMPAIO, 2010).
E por fim temos os pessimistas que destacam as restrições e os déficits dos meios tecnológicos para participação dos cidadãos como: 1) exclusão digital; 2) ausência de racionalidade; 3) falta de organização, competência e até mesmo vontade de participação; 4) dificuldade de formas laços de confiança e solidariedade; 5) qualidade duvidosas das informações disponibilizadas na internet; 6) as relações de poder existem igualmente através da rede; 7) excesso de informações; 8) possibilidade de monitoramento por empresas e governos; 9) fragmentação da esfera pública (DINIZ; PINHEIRO, 2012).
De qualquer modo, independente de otimistas, pessimistas ou moderados, o fato é que hoje em dia existe uma facilidade muito grande, em virtude de instrumentos de pesquisa como a Internet, em poder acompanhar as atividades das diferentes esferas de poder, seja o executivo, legislativo e judiciário.
É possível, por exemplo, acompanhar as mais variadas atividades parlamentares do Congresso Nacional como a elaboração de projetos de leis, assistir aos pronunciamentos dos parlamentares em sessão do Plenário ou das Comissões (em formato de áudio ou vídeo) e inclusive fazer o download dos arquivos, e ainda ter acesso aos mais diferentes portais da transparência onde aparecem os gastos do Governo (federal, estadual, municipal) e do Poder Legislativo (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais). “A Internet não permite somente comunicar mais, melhor e mais rápido; ela alarga formidavelmente o espaço público e transforma a própria natureza da democracia” (CARDON, 2012, p. 01).
Desta forma, a internet deve constituir-se em objeto de estudo e pesquisa como instrumento ou alternativa para a democracia representativa pois está claro que, na era digital, a democracia vai mudar de aparência. Daí a necessidade de pensar e ao mesmo tempo questionar as possibilidades e limites do uso da internet no âmbito da democracia pós-moderna.
As novas tecnologias estão reinventando o fazer democrático, com o surgimento de novas e eficazes ferramentas de participação popular, inclusive no que diz respeito a possibilidade de o cidadão colaborar com o Poder Público e acompanhar suas ações, com a transparência sem precedentes proporcionada, sobretudo, pela internet.
Na Evoé, temos vários projetos bacanas que ajudam no desenvolvimento de uma democracia virtual. Dentre eles, o Projeto Geração Borgeana, um filme que conta a história de estudantes da UFMG que ocuparam o antigo Hospital Borges da Costa, em 1980. No momento político conturbado que vivemos hoje no país, a história da Moradia Estudantil Borges da Costa se impõe como um exemplo de luta, resistência e altivez. A produtora Almôndega foi aprovada na Lei de Incentivo à Cultura com o projeto Geração Borgeana e agora lança uma campanha para realização de um filme e para resgatar acervo e memórias, que serão direcionados para o projeto Armazém Memória.
Faltam poucas horas para o fim da campanha de financiamento coletivo do nosso filme. Só temos a agradecer: muito…
Posted by Pelos corredores de nossa casa on Friday, January 20, 2017
Ainda também, o projeto da Frente Autônoma LGBT, o Fecha a Santa na Parada Gay de Belo Horizonte. Parada LGBT não é só festa. O projeto uniu blocos de carnaval em julho de 2017, para viabilizar um trio elétrico, que não só trouxe a alegria de ser quem se é, mas também una e convide a cidade para permitir que todos sejam livres!
A Evoé acredita que essa “nova” democracia e as novas tecnologias devem andar juntas, no sentido de fortalecer a participação popular.
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